Como diria Patrick Lencione, autor do livro “Os 5 Desafios das Equipes”, confiança está na base da pirâmide para que equipes alcançem o alto desempenho. Neste episódio, o Márcio Sena, CTO e Head de Comunidade na Impulso, fala sobre como criar e fortalecer relações de confiança no dia a dia profissional.
Confiança não é confiar cegamente. É ter processos, indicadores e checkpoints para garantir os melhores resultados.
A confiança atua como antídoto para o medo, que frequentemente mina a produtividade e o bem-estar das equipes. Em um ambiente de trabalho remoto, por exemplo, confiar nos processos, nos resultados e nas pessoas é essencial.
Os resultados de um time não dependem apenas de entregas técnicas, mas também do clima de apoio mútuo. A confiança permite que os colaboradores se sintam seguros para errar, aprender e crescer, além de promover entregas mais consistentes e alinhadas às expectativas da liderança.
Falhas acontecem, mas o modo como a liderança as aborda faz toda a diferença. Processos claros e transparência na comunicação são essenciais para manter a confiança, mesmo em momentos de dificuldade.
Adotar checkpoints e revisões regulares ajuda a corrigir rotas antes que problemas se agravem. Além disso, a responsabilidade compartilhada entre líderes e liderados cria um ambiente de aprendizado contínuo. Em vez de buscar culpados, o foco deve estar na solução e na melhoria do processo.
Um ambiente de confiança não significa ausência de acompanhamento. Pelo contrário, líderes atentos utilizam indicadores, feedbacks e checkpoints para monitorar o progresso das equipes.
A confiança é construída em etapas, considerando o nível de maturidade e experiência de cada colaborador. Checkpoints mais curtos podem ser necessários em fases iniciais, enquanto profissionais experientes têm maior autonomia e liberdade para tomar decisões.
Embora comece com o líder, a confiança deve ser construída em ambas as direções. Para isso, é fundamental que os líderes se mostrem vulneráveis e transparentes, abrindo espaço para que seus liderados também compartilhem dúvidas e dificuldades sem medo de retaliação.
Em muitos casos, é necessário reverter traumas trazidos de outras organizações. Espaços de escuta, como reuniões one-on-one, são valiosos para identificar e tratar essas questões. Esse processo gradual de detox cultural pode transformar positivamente a relação entre líder e liderado.
Mesmo em organizações onde a confiança não é priorizada, é possível cultivá-la em pequenos grupos ou times. Líderes de média gestão têm a oportunidade de criar microculturas baseadas em valores como transparência, colaboração e foco nos resultados.
Criar processos próprios de onboarding e acompanhamento dentro do time, por exemplo, pode ajudar a estabelecer relações mais saudáveis, mesmo em contextos organizacionais adversos.
Para colaboradores que sentem que seu líder não confia neles, o diálogo é o primeiro passo. Questionar ações específicas que geraram essa sensação pode trazer clareza e abrir caminho para ajustes.
A transparência e o alinhamento de expectativas também são fundamentais. Em muitos casos, desconfianças surgem de interpretações erradas sobre prioridades ou métricas de desempenho. Alinhar esses pontos pode resolver mal-entendidos e fortalecer a relação entre líder e liderado.
Para criar uma cultura de confiança em grandes equipes, o papel dos líderes intermediários é crucial. Além disso, a relação do CTO com seus pares em outros setores da empresa deve ser baseada em valores claros e consistentes.
Ferramentas como grupos de estudo, talks e clubes do livro podem ajudar a disseminar boas práticas e alinhar as lideranças sobre a importância da confiança. Momentos de crise, como layoffs, são provas de fogo para a cultura organizacional, e a forma como a liderança age nesses momentos reforça ou destrói a confiança construída.
A confiança é um elemento essencial para a performance, a inovação e a saúde mental das equipes. Ela exige esforço contínuo, transparência e a disposição de lidar com vulnerabilidades, tanto de líderes quanto de liderados.
Seja em grandes organizações ou em pequenos times, investir em processos que reforcem a confiança traz resultados a longo prazo, construindo ambientes mais saudáveis, produtivos e resilientes.