O famoso Plano de Melhoria de Desempenho, ou PIP (Performance Improvement Plan), é uma ferramenta importante quando um profissional tem mau desempenho de forma contínua. Neste episódio o João Calvino Cason, Head de Tecnologia da Superlógica, conta como tirar o melhor proveito deste documento para ajudar nossos liderados a voltarem a ter performance satisfatória e salvá-los de uma possível demissão.
PIP é uma ferramenta formalizada que tem como objetivo auxiliar colaboradores que estão abaixo das expectativas de desempenho ou que precisam de um empurrão para assumir novas responsabilidades. Apesar de ser frequentemente associado às demissões, ele também é útil para preparar profissionais para promoções ou novas funções. A chave do PIP é a transparência: ele estrutura metas claras e resultados esperados, ajudando tanto o colaborador quanto o gestor a manterem um alinhamento constante.
Um PIP bem estruturado é composto por diversas etapas:
Além de ser uma ferramenta de melhoria, o PIP pode fortalecer a cultura organizacional ao promover segurança psicológica e transparência. Ele demonstra ao time que a liderança se preocupa em apoiar os colaboradores antes de tomar decisões drásticas, o que ajuda a construir um ambiente de trabalho mais positivo e produtivo.
Um dos maiores desafios do PIP é evitar que ele seja percebido como uma “sentença de morte” profissional. A comunicação é a chave: é fundamental deixar claro que o plano é uma tentativa de apoiar o colaborador, não apenas um preâmbulo para a demissão. Essa abordagem não apenas reduz o impacto emocional, mas também aumenta as chances de sucesso do plano.
A duração ideal de um PIP varia entre 30 e 90 dias, dependendo da situação. Durante esse período, o gestor deve realizar acompanhamentos frequentes, como reuniões semanais, ajustando a frequência conforme o progresso do colaborador. Esse acompanhamento mais próximo pode ser desafiador, mas é essencial para garantir a efetividade do plano.
O PIP pode transformar carreiras. Em alguns casos, colaboradores que estavam prestes a serem desligados conseguiram se reinventar, entregando resultados acima das expectativas. No entanto, a ferramenta exige dedicação e comprometimento do gestor, que precisa avaliar continuamente se o plano está surtindo efeito.
Um PIP não precisa necessariamente ser concluído para que uma decisão seja tomada. Se fica claro que o colaborador não está correspondendo às expectativas, é possível encerrá-lo antes do prazo. Por outro lado, se o progresso é evidente, o plano pode ser concluído com antecedência, marcando o início de uma nova fase na carreira do profissional.
Mais do que uma ferramenta de gestão, o PIP é uma forma de liderar com empatia e estratégia. Ele simboliza o compromisso do gestor com o desenvolvimento do time e com a criação de uma cultura organizacional forte e colaborativa. Quando bem aplicado, o PIP não apenas melhora o desempenho individual, mas também reforça os laços de confiança entre liderança e equipe.
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