Neste episódio a Sol Soares, Tech Coordinator na Jaya Tech, e o Edu Matos fazem um review do livro "Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes", de Stephen Covey. O foco deste papo foi explorar como esses hábitos podem impactar a liderança no dia a dia.
Stephen Covey introduz o conceito de equilíbrio P/CP (Produção e Capacidade de Produção), comparando-o à história da galinha dos ovos de ouro. Esse princípio é essencial na liderança: não basta focar apenas nos resultados (“os ovos”), é necessário cuidar das pessoas e do processo (“a galinha”).
No contexto da liderança técnica, é comum que profissionais em transição para a liderança foquem inicialmente em suas próprias habilidades. No entanto, a verdadeira liderança exige investir no desenvolvimento da equipe. Espaços para aprendizado, como workshops ou momentos de compartilhamento de experiências, são fundamentais para equilibrar as entregas e o crescimento dos profissionais.
O primeiro hábito apresentado no livro é a proatividade. Para líderes, ser proativo significa não apenas identificar problemas, mas também assumir responsabilidade pelas soluções.
Adotar esse hábito implica criar um ambiente onde os membros da equipe sintam-se à vontade para apontar riscos e propor soluções. Um ponto relevante é evitar a tendência de buscar culpados em vez de pensar em como apoiar o crescimento e a performance do time. Liderança é assumir um papel ativo e inspirar os outros a fazerem o mesmo.
Ter clareza de onde se quer chegar é indispensável. Para líderes, isso significa garantir que todos na equipe saibam qual é o objetivo final. Metáforas como um barco remando na direção certa ajudam a ilustrar a importância de comunicação clara e alinhamento de expectativas.
Outro ponto discutido foi a necessidade de criar metas intermediárias para avaliar o progresso. Essas metas ajudam o time a entender como cada tarefa contribui para o resultado final, evitando que fiquem perdidos em atividades desconectadas do objetivo maior.
Priorizção é uma das habilidades mais valiosas para líderes. A famosa matriz de Eisenhower, que categoriza atividades entre importantes/urgentes e não importantes/não urgentes, é uma ferramenta essencial. A ideia é dedicar energia ao que é importante e não urgente, evitando que essas tarefas se tornem emergências no futuro.
Priorizar também significa saber dizer não. Negociações internas, como redefinir prazos ou reavaliar demandas, fazem parte do dia a dia de quem lidera. Mais do que isso, é necessário ter coragem para aceitar que, ao focar no mais importante, algo menos relevante pode ficar de lado temporariamente.
O quarto hábito trata de buscar soluções que beneficiem todos os envolvidos. Relacionamentos interdependentes são mais sustentáveis quando ambas as partes sentem-se valorizadas. Esse princípio também é essencial em negociações, garantindo que os interesses do time e do negócio estejam equilibrados.
Uma mentalidade ganha-ganha requer coragem para defender seus pontos de vista e consideração para ouvir e atender às necessidades do outro lado. É uma forma de construir relações mais saudáveis e colaborativas a longo prazo.
A habilidade de escutar é um dos alicerces da boa liderança. Muitos líderes cometem o erro de ouvir apenas para responder, sem buscar entender profundamente o ponto de vista do outro.
Conversas individuais são uma ótima oportunidade para prática desse hábito. Quando as pessoas sentem-se ouvidas, criam vínculos de confiança mais fortes e tornam-se mais dispostas a compartilhar informações valiosas para o time. Além disso, ouvir antes de falar ajuda a modular a comunicação, endereçando receios e aumentando a chance de alinhamento.
Sinergia vai além da colaboração. Trata-se de unir forças para criar algo que nenhum dos envolvidos conseguiria sozinho. Um exemplo prático é envolver diferentes áreas, como produto e engenharia, para resolver problemas de forma mais criativa e eficaz.
Conhecer os pontos fortes e as motivações de cada integrante do time também ajuda a criar essa sinergia. Alocar tarefas com base nessas preferências gera mais engajamento e melhores resultados.
O sétimo hábito reforça a importância do autocuidado. Líderes só conseguem atuar de forma eficaz quando estão equilibrados emocional e fisicamente. Isso inclui desde espaços para descanso até momentos para aprendizado pessoal.
Além disso, cabe ao líder incentivar o mesmo equilíbrio na equipe. Perguntas simples como “Você tem conseguido se desconectar do trabalho?” ou “Sua rotina está equilibrada?” ajudam a identificar possíveis sinais de burnout e promovem um ambiente mais saudável para todos.
Essa discussão sobre os 7 hábitos trouxe reflexões importantes para quem deseja liderar com mais eficiência e humanidade. Cada hábito oferece ferramentas práticas e abordagens que podem transformar tanto o ambiente de trabalho quanto o desenvolvimento pessoal.
Se você é ou pretende ser líder, comece aos poucos a implementar esses princípios no seu dia a dia. E lembre-se: liderança não é apenas sobre resultados, mas sobre pessoas e relações.