Crie uma conta gratuita ou Faça login
Podcast
Tech Leadership Rocks
Episódio 234

Arquitetura como disciplina com Marcelo Vieira

• 59 minutos

Neste episódio Edu Matos conversa com Marcelo Vieira, gerente de arquitetura no Itaú, sobre os desafios de lidedar um time de arquitetura. Marcelo compartilha sua experiência sobre atuação em múltiplas equipes, a importância de métricas e governança para garantir a qualidade das entregas. e também quais tipos de documentações realmente agregam valor na interação com engenheiros.

Reaja nos momentos marcantes
Curti
Boa ideia
Amei
Engraçado
Parabéns
Mind blown

A arquitetura não precisa ser um cargo, mas uma disciplina. Em times maduros, as decisões são tomadas coletivamente, e o papel do arquiteto muda: ele não desenha sozinho, mas capacita e valida.

— Marcelo Vieira

Capítulos

00:00 Introdução
00:50 Quem é o Marcelo Vieira
02:18 Arquitetos devem ficar dentro ou fora das equipes de produto?
06:54 Desafios de ter um time separado de arquitetos
10:17 Como medir se o time de arquitetura está fazendo um bom trabalho
20:45 Quantidade de arquitetos para cada engenheiro
25:48 O que um arquiteto faz quando encontra um cenário muito ruim
31:03 Como evitar que arquitetos fiquem longe demais da realidade dos times
35:02 Envolvimento do arquiteto com o negócio
38:24 Como lidar com conflitos entre arquitetos e engenheiros
46:17 Aprendizados na migração de engenharia para arquitetura
50:49 Principais habilidades não-técnicas que um arquiteto precisa ter
54:39 Conselho para gerentes de arquitetura
58:18 Mensagem final

Resumo deste episódio

Arquitetura como disciplina vs. cargo Específico

A arquitetura não precisa ser restrita a um cargo específico, mas pode ser tratada como uma disciplina compartilhada. Em times maduros, decisões arquiteturais são tomadas coletivamente, com engenheiros capacitados para pensar em padrões e boas práticas. Em contextos de alta complexidade (como modernização de legados ou adoção de cloud), arquitetos dedicados podem atuar como facilitadores, definindo padrões e guiando equipes. O equilíbrio depende do tamanho do time, da maturidade técnica e do estágio do projeto.

Desafios na separação de times de arquitetura

Times de arquitetura separados das squads de desenvolvimento enfrentam desafios como:

  • Troca constante de contexto: Priorizar onde agregar valor exige maturidade para gerenciar múltiplas demandas.
  • Sensação de não pertencimento: Arquitetos podem se sentir desconectados dos rituais do time, exigindo adaptação para influenciar sem gerar gargalos.
  • Foco em escala: A atuação deve ser estratégica, com foco em capacitação, definição de governanças leves e disseminação de conhecimento, em vez de centralizar decisões.

Métricas e autonomia sem burocracia

Para evitar travar times, é essencial adotar práticas colaborativas:

  • RFC (Request for Comments): Documentos assíncronos para discutir decisões técnicas, coletar feedbacks e validar ideias antes da implementação.
  • SDR (Solution Design Review): Reuniões com especialistas de diferentes áreas para validar soluções e garantir aderência a boas práticas.
  • ADR (Architecture Decision Record): Registro das decisões técnicas, incluindo contexto, alternativas e trade-offs, facilitando a consulta futura.

A autonomia dos times é preservada, mas com responsabilidade: métricas como DORA (Deployment Frequency, Lead Time, etc.) e critérios de qualidade mínimos ajudam a alinhar expectativas.

Como mediar conflitos entre engenheiros e arquitetos

Decisões técnicas envolvem trade-offs, e conflitos surgem quando visões divergem. A chave é:

  • Explicitar prós e contras: Garantir que todas as opções sejam discutidas com transparência.
  • Responsabilidade compartilhada: A decisão final é do time dono do produto, mas arquitetos atuam como conselheiros, apresentando riscos e recomendações.
  • Poder de veto apenas para mandates críticos: Segurança, resiliência e compliance são não negociáveis; demais escolhas devem ser registradas e acompanhadas.

Migrando para Arquitetura: lições e habilidades necessárias

Profissionais que migram para arquitetura enfrentam diversos desafios:

  • Carga cognitiva: Lidar com múltiplos contextos e impactos amplos (técnicos, financeiros, estratégicos).
  • Soft skills: Comunicação clara com negócios e tecnologia, negociação e humildade para reconhecer que nem sempre o crédito será individual.
  • Estudo contínuo: Manter-se atualizado com tecnologias emergentes (como IA generativa) e padrões de mercado.

Por onde começar em cenários de "Terra Arrasada"

Em contextos críticos (legados complexos ou falta de padrões), a arquitetura agrega valor ao:

  • Priorizar o essencial: Identificar dependências críticas e começar pelo núcleo do sistema.
  • Adotar assessments: Ferramentas para avaliar riscos e definir estratégias de modernização gradual.
  • Evitar "jogar tudo fora": Balancear refatoração incremental com soluções temporárias (como APIs de estrangulamento).

Conselhos para líderes de arquitetura

  • Converse com stakeholders: Entenda as dores de negócios, engenharia e design para alinhar prioridades.
  • Experimente gradualmente: Implemente práticas como RFC e ADR em pequena escala antes de escalar.
  • Mantenha-se próximo dos times: Participe de rituais e promova colaboração, evitando a "torre de marfim".

Conclusão

Arquitetura não é sobre controle, mas sobre enablement. Times autônomos, aliados a boas práticas e ferramentas colaborativas, conseguem equilibrar agilidade e qualidade. O segredo está em adaptar modelos às necessidades do contexto, mantendo o foco no valor para o cliente e na sustentabilidade técnica.

Se você quiser aprender mais sobre arquitetura, então pode conferir o treinamento sobre Arquitetura para Tech Leaders conduzido pelo Gabriel Schmitt na Escola Forja.

Para ler todo o resumo Crie uma conta grátis ou Faça login