O que é necessário para alcançar o cargo de Principal Engineer? Neste episódio conversamos com Luis Takahashi, Principal Software Engineer no iFood, sobre sua jornada profissional e os desafios enfrentados para chegar ao nível de Staff+. Com experiência em empresas de diferentes portes e uma visão estratégica da carreira, Luis compartilhou aprendizados que vão além das questões técnicas, abordando também soft-skills e gestão de prioridades. Descubra como a combinação de conhecimento técnico, habilidades interpessoais e protagonismo pode transformar sua trajetória.
Os desafios não aparecem sozinhos para você. É preciso conversar com a liderança, entender os objetivos do negócio e propor soluções que façam sentido para a equipe e a empresa.
Luis começou sua carreira em uma pequena empresa, onde desempenhava múltiplas funções – desde suporte ao cliente até desenvolvimento completo de sistemas. Essa vivência foi fundamental para ele adquirir uma visão holística sobre o fluxo de trabalho e valorizar o impacto das soluções em todas as áreas do negócio.
Ao entrar no iFood, ele encontrou um ambiente estruturado que oferecia ferramentas como o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), que ajudaram a alinhar suas metas de crescimento com as demandas da empresa. A analogia usada por Luis foi tratar a carreira como um produto, testando hipóteses e ajustando estratégias ao longo dos ciclos de avaliação.
Muitos profissionais acreditam que se tornar especialista é o próximo passo natural após o nível sênior, porém são carreiras diferentes. Ao atingir o nível de Staff, as habilidades necessárias vão além do conhecimento técnico e passam a incluir inteligência emocional, gestão de conflitos e capacidade de navegar entre diferentes contextos organizacionais.
Outro ponto crucial foi a mudança na forma de trabalhar: enquanto um engenheiro sênior impacta diretamente seu time, o papel de Staff exige influência em múltiplas equipes, equilibrando a entrega de valor técnico com a priorização de demandas estratégicas.
Luis mencionou a importância de uma abordagem ativa na busca de aprendizado, utilizando a metodologia 70-20-10:
Ele também ressaltou o papel da proatividade, que não significa apenas executar tarefas do backlog, mas identificar problemas e criar demandas que gerem impacto significativo para o time e para a empresa.
Um dos maiores desafios para quem deseja crescer na carreira é assumir o protagonismo. A clareza de objetivos e a constante troca com a liderança são fundamentais. Muitas vezes, o que um profissional considera prioridade pode não ser valorizado pelo gestor. Por isso, alinhar expectativas e receber feedbacks construtivos é essencial para evitar desgastes e direcionar os esforços corretamente.
Uma das decisões mais desafiadoras que o Luis enfrentou foi optar entre focar exclusivamente em times de plataforma ou atuar diretamente em times de produto. Ele percebeu que, ao adotar uma abordagem híbrida, poderia impactar a empresa de maneira mais flexível e abrangente.
A mentalidade de experimentação – testando hipóteses e aceitando falhas – é crucial para lidar com problemas complexos. Essa abordagem, comum em desenvolvimento de produto, pode ser aplicada em engenharia para ajustar estratégias e evitar frustrações diante de imprevistos.
Um dos principais desafios em cargos de Staff é a gestão de tempo e prioridades. A capacidade de dizer “não” para demandas que não agregam valor estratégico é uma habilidade crítica. Além disso, é muito importante delegar e capacitar outros profissionais, permitindo que eles assumam a liderança em projetos e liberem espaço para novas iniciativas.
Identificar problemas além do backlog é uma habilidade que diferencia profissionais em níveis mais altos. Para isso, explore fóruns de alinhamento, interaja com lideranças e participe de discussões sobre os desafios organizacionais. Em empresas menores, onde essas estruturas podem não existir, a proatividade em criar espaços para esses diálogos é fundamental.
A jornada para se tornar Principal Engineer exige mais do que competência técnica. É um processo contínuo de aprendizado, protagonismo e equilíbrio entre entregas estratégicas e interpessoais. Nessa conversa o Luis Takahashi oferece um guia prático e inspirador para você que deseja crescer na carreira técnica.
Se você ainda está na dúvida se é melhor crescer como contribuidor individual (Staff+) ou se virar gestor se encaixa melhor no seu perfil, ouça o episódio que gravamos com o Elton Minetto e Eduardo Ferreira sobre as diferenças entre essas duas trilhas.