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Tech Leadership Rocks
Episódio 231

Como ser um executivo de tecnologia com Gabriel Notari

• 1 hora e 1 minuto

Neste episódio Edu Matos conversa com Gabriel Notari, VP de Engenharia na ThoughtWorks, sobre como se tornar um executivo de tecnologia. Gabriel compartilha suas experiências sobre liderança, tomada de risco e as habilidades necessárias para se tornar um executivo eficaz. Outros assuntos relevantes também são discutidos, como métricas, pensamento estratégico e criação de relacionamentos com outras áreas da empresa.

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Uma das melhores coisas que podem dizer sobre alguém no trabalho é que essa pessoa é fácil de trabalhar junto.

— Gabriel Notari

Capítulos

00:00 Introdução
00:26 Quem é Gabriel Notari
02:11 Jornada de crescimento do Gabriel Notari
03:53 Como calibrar medo de mudar a carreira
09:43 O que faz um executivo de Tecnologia
13:05 Como um gerente sênior pode se tornar um executivo
17:44 Aprendendo novos contextos
21:57 A parte mais difícil de ser um executivo de Tecnologia
24:46 Experiência torna mais fácil tomar decisões?
26:43 Como é liderar estando longe da linha de frente
32:42 Quais métricas um executivo acompanha
35:17 O que significa pensar de forma estratégica
39:47 Como criar boas relações de trabalho
45:29 Como lidar com a política no ambiente de trabalho
50:44 Qual conselho daria par si mesmo de 10 anos atrás
55:33 Mensagem final

Resumo deste episódio

Como acontece a transição para posições executivas em tecnologia

A jornada até posições de liderança sênior nem sempre é intencional do início ao fim. O crescimento pode vir tanto de ambições conscientes quanto de aproveitar boas oportunidades que surgem, mesmo quando causam medo ou insegurança. Avaliar se vale a pena encarar um desafio passa por considerar o que pode ser aprendido, qual o potencial de crescimento e o que está em risco caso as coisas não funcionem como esperado.

A diferença entre um executivo e um gerente

A principal diferença entre executivo e gerente está na escala e no tipo de decisão que cada um precisa tomar. Enquanto gerentes operam com foco tático e mais próximo do dia a dia dos times, executivos lidam com decisões estratégicas que impactam grandes áreas de negócio, geralmente com foco em receita, custo e crescimento.

Executivos precisam definir direções, tomar decisões com base em dados e atuar em cenários ambíguos, sendo líderes de líderes. Gerentes conectam essas direções com a execução no dia a dia, traduzindo estratégia em ação.

As habilidades necessárias para se tornar um executivo

Antes de pensar em novos desafios, é essencial entregar bem o que está nas suas mãos hoje. A partir disso, algumas habilidades ganham destaque para quem quer se tornar executivo:

  • Curiosidade pelo negócio como um todo;
  • Capacidade de navegar em áreas além da sua especialidade;
  • Proatividade para contribuir além do escopo direto;
  • Criação de relacionamentos estratégicos;
  • Compreensão de como a empresa funciona, gera valor e se sustenta.

A promoção para uma função executiva acontece como consequência de resultados concretos, não de promessas ou intenções.

Como lidar com contextos que você ainda não domina

Executivos lidam com muitos contextos simultaneamente — técnicos, culturais, regionais e de negócio. Nem sempre é necessário dominar todos os assuntos, mas sim saber aprender rápido, buscar as pessoas certas e tomar decisões com base em contribuições diversas.

Saber quem pode ajudar, saber perguntar e construir redes de confiança são tão importantes quanto o conhecimento técnico ou de negócio em si.

O que significa pensar de forma estratégica

Pensar estrategicamente é mais do que definir metas: é traçar caminhos realistas para alcançá-las, comunicar claramente esses caminhos e garantir que, ao final, esse novo estado se torne parte da rotina. Significa também saber o que deixar de fazer para abrir espaço ao que realmente importa.

A dificuldade está justamente em alinhar visão, coordenação entre áreas e consistência na execução — e manter tudo isso ao longo do tempo.

Como tomar decisões difíceis

A tomada de decisão é um dos maiores desafios da função executiva. Muitas vezes, as decisões precisam ser tomadas com informações incompletas e em prazos apertados. Com o tempo, a experiência ajuda a desenvolver instinto e confiança no próprio julgamento.

É importante também entender o impacto das decisões — muitas delas afetam centenas de pessoas, resultados financeiros e o rumo da empresa como um todo.

Como liderar tecnologia estando longe da linha de frente

Mesmo longe do código e do operacional, é fundamental manter uma conexão com quem está na ponta. Isso passa por:

  • Manter conversas frequentes com pessoas do time técnico;
  • Estar minimamente atualizado sobre as tendências tecnológicas;
  • Escolher bem os líderes que estarão mais próximos da execução;
  • Criar um sistema claro de métricas e indicadores que ajudem a guiar decisões.

Executivos não podem ser absorvidos pelo operacional, mas também não podem perder totalmente o contato com ele.

Métricas que executivos de tecnologia devem acompanhar

Uma visão equilibrada entre negócio e tecnologia é essencial. Essas são as métricas mais acompanhadas:

  • Indicadores de entrega (milestones, prazos, qualidade);
  • DORA Metrics (frequência de deploy, tempo de recuperação, etc.);
  • Receita e custos da operação;
  • Métricas de engajamento e desenvolvimento de pessoas.

A saúde do time e o aprendizado contínuo são tão importantes quanto os resultados de entrega e financeiros.

Como criar bons relacionamentos no trabalho

Relacionamentos de confiança são base para decisões, execução e inovação. Para construí-los, é essencial:

  • Ouvir genuinamente os outros;
  • Ter empatia e entender contextos antes de julgar;
  • Ser uma pessoa confiável: cumprir acordos, entregar o que promete;
  • Debater ideias com respeito, mesmo em conversas difíceis;
  • Estar presente nos momentos importantes.

Relações saudáveis viabilizam o trabalho coletivo e criam um ambiente onde as pessoas crescem juntas.

Como lidar com política no ambiente de trabalho

É importante separar política de politicagem. Política, quando bem feita, é sobre diálogo, negociação e tomada de decisões com foco no bem coletivo. Já politicagem envolve jogos de interesse, trocas escondidas e decisões baseadas em benefício próprio.

Nem sempre se entende o porquê de algumas decisões, mas muitas vezes isso vem da limitação de contexto. Aproximar-se, buscar entender e decidir se aquele ambiente faz sentido para você é parte do amadurecimento profissional.

A parte mais difícil de ser executivo

Cada pessoa terá um desafio diferente, mas um deles é a responsabilidade de tomar decisões com impacto grande e pouco tempo ou informação. Também é difícil lidar com múltiplos contextos ao mesmo tempo.

No entanto, com o tempo, ganha-se confiança, repertório e habilidade para tomar decisões mais rápidas e acertadas.

O conselho que o Gabriel Notari daria para si mesmo de 10 anos atrás

Levar as coisas com mais leveza. A autocobrança exagerada e a negligência com saúde física e mental podem cobrar um preço alto. Práticas como esporte, alimentação equilibrada, sono de qualidade e tempo com a família ajudam a manter o equilíbrio necessário para sustentar uma carreira executiva de longo prazo.

O papel das habilidades humanas

Soft skills como comunicação, empatia e liderança são o que diferencia profissionais no mercado — e isso continuará verdadeiro mesmo com a ascensão da inteligência artificial. A tecnologia pode evoluir, mas a habilidade de lidar com pessoas, interpretar contextos e tomar boas decisões continuará sendo humana.

Se você está em uma jornada de liderança técnica ou pensando em dar os próximos passos rumo à gestão executiva, reflita sobre esses pontos, desenvolva as habilidades certas e lembre-se de cuidar de si ao longo do caminho. Porque liderança, no fundo, também é sobre humanidade.

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