O trabalho remoto se tornou a realidade para muitas empresas e líderes nos últimos anos. Apesar das vantagens, também traz desafios significativos para a gestão de equipes. Neste episódio o Juvenal Silva, experiente líder de tecnologia que já atuou em empresas como IBM e Suzano, compartilha sua experiência apontando as melhores práticas para superar as partes difíceis de como criar times coesos e produtivos liderando remotamente.
Muitos gestores têm dificuldade em se adaptar ao modelo remoto por causa da insegurança e do desejo de controle absoluto. Essa falta de confiança leva a práticas de microgestão que minam a autonomia e a motivação dos colaboradores. Líderes eficazes aprendem a confiar em suas equipes e se concentram em delegar e acompanhar entregas, e não micromanagear o dia a dia.
Outro desafio comum é a comunicação. No trabalho remoto, a ausência de interações presenciais pode dificultar a coesão do time. A chave está em estabelecer combinados claros sobre a forma e a frequência da comunicação. Isso pode incluir check-ins diários rápidos, uso eficaz de ferramentas como Slack, e encontros virtuais regulares para alinhar prioridades e solucionar problemas.
Além disso, muitos gestores enfrentam desafios relacionados à gestão de tempo e priorização. Em um ambiente remoto, onde as demandas podem parecer ilimitadas, saber o que priorizar e como dividir as tarefas entre a equipe é fundamental para evitar sobrecarga e manter o equilíbrio.
Liderar eficazmente significa confiar que as pessoas têm responsabilidade e compromisso. Quando você define metas claras e permite que as equipes decidam como atingi-las, você estimula autonomia e responsabilidade. O papel do líder é apoiar, não controlar.
Confiar nos membros do time também significa estar aberto ao diálogo e criar espaços para que eles possam compartilhar desafios ou dificuldades sem medo de represálias. Um ambiente seguro para comunicação é um dos pilares da liderança eficiente.
Delegar vai além de apenas distribuir tarefas. Envolve conhecer bem seu time e garantir que as pessoas certas estão nas posições certas. Você deve também acompanhar sem sufocar. Use métricas de produtividade e qualidade para orientar o time sem criar um ambiente de desconfiança.
Um aspecto essencial da delegação é garantir que o feedback seja uma constante. Não espere até o final de um projeto para avaliar o desempenho; acompanhe de forma consistente e ofereça orientações quando necessário.
Processos devem servir ao time, e não o contrário. Identifique se sua equipe tem maturidade suficiente para operar com processos mais flexíveis ou se precisa de mais estrutura. Permita ajustes constantes, sempre levando em conta a realidade do time.
Uma abordagem flexível também ajuda a acomodar as diferentes realidades dos membros do time, como fuso horários distintos ou desafios pessoais que possam surgir. A adaptação é a chave para manter o engajamento e a produtividade.
Os líderes devem usar métricas de engenharia e ferramentas de gestão de código para compreender a dinâmica do time. Indicadores como lead time de pull requests, frequência de commits e índices de qualidade ajudam a identificar gargalos e orientar soluções. Mais importante ainda é garantir que essas análises não sejam usadas para vigiar, mas sim para melhorar a performance coletiva.
Também é importante lembrar que as métricas não substituem a interação humana. Um acompanhamento pessoal, ainda que virtual, é essencial para entender aspectos que os números não capturam, como a motivação ou os desafios individuais de cada membro da equipe.
A interação natural do ambiente presencial precisa ser replicada, ainda que virtualmente. Algumas práticas eficazes incluem:
Além disso, crie espaços para aprendizado colaborativo. Sessões de mentoring ou grupos de discussão sobre desafios específicos podem fortalecer a conexão entre os membros do time e impulsionar o desenvolvimento individual e coletivo.
No remoto, é essencial que os líderes destaquem o trabalho de seus liderados de maneira ativa. Dar crédito é essencial para manter a motivação e criar um ambiente de confiança. Para os liderados, a dica é: comunique suas realizações e colabore ativamente em projetos de impacto.
Uma prática adicional é a celebração de pequenas vitórias. Em ambientes remotos, é mais fácil que os avanços do dia a dia passem despercebidos. Reconhecer esses momentos contribui para o fortalecimento da cultura organizacional e para a felicidade dos colaboradores.
Há uma distinção clara entre liderar pessoas e gerir entregas. Um bom líder apoia o crescimento da equipe, facilita soluções e cria um ambiente onde as pessoas podem prosperar. A gestão das entregas, por sua vez, é essencial para atender às demandas do negócio sem comprometer a saúde mental do time.
Liderar é também sobre construir relações de confiança. Isso envolve clareza nas expectativas, disposição para ouvir e um compromisso constante com o desenvolvimento de cada membro do time. Um bom líder é aquele que equilibra resultados e bem-estar da equipe.
Adotar essas práticas pode transformar a forma como você lidera no ambiente remoto. Se você busca aprender mais sobre como estruturar uma boa comunicação em times remotos, conheça nosso treinament sobre “Comunicação, Colaboração Assíncrona e Documentação” com o Bruno Moyle.