Nesse episódio Edu Matos conversa com Fernando Botelho, Diretor de Engenharia na Pixieset, sobre a fina camada que separa desafiar as equipes e garantir que elas não se sintam sobrecarregadas. Dentro outros assuntos, também discutem sobre como inovar sem sobrecarregar, o que fazer quando há discordância nas visão de futuro e como o próprio pode ser uma alavanca importante de mudanças.
Liderança é sobre decepcionar pessoas numa taxa que elas conseguem absorver.
O desconforto é inerente ao crescimento, mas é crucial diferenciar entre desafios produtivos e pressões prejudiciais. Um exemplo disso são os hackathons: momentos controlados onde equipes podem experimentar livremente, falhar e aprender, sem comprometer a rotina. A ideia é "deixar o caos reinar para depois domá-lo", permitindo que a criatividade flua em ambientes seguros.
A previsibilidade (como Sprints bem definidos) é importante, mas inovação requer sair da zona de conforto. Uma dica é separar tarefas em "trabalho vermelho" (execução) e "trabalho azul" (planejamento), alternando entre eles para evitar esgotamento.
A comunicação clara e a consistência são fundamentais para ganhar confiança. Líderes devem estabelecer expectativas realistas e evitar mudanças bruscas de prioridades (exemplo: valorizar qualidade em um projeto e velocidade em outro).
Diferenças culturais também influenciam: enquanto algumas culturas privilegiam feedback direto, outras valorizam relações pessoais. A chave é adaptar-se sem perder a coerência. Uma estratégia é ouvir ativamente as preocupações da equipe e oferecer segurança psicológica para que erros sejam vistos como parte do aprendizado.
Gestores focam em estabilidade e previsibilidade (como cumprir prazos e manter processos), enquanto líderes buscam mudanças e antecipam oportunidades futuras. Ambos são essenciais:
A colaboração entre ambos evita que inovações virem crises ou que a rotina se torne estagnação.
Inovação contínua é insustentável se não houver períodos de consolidação. Resultados duradouros dependem de ritmo constante, não de picos intensos. Métricas como bem-estar da equipe e qualidade das entregas devem guiar decisões:
A regra é simples: "Trabalho é uma maratona, não uma corrida de curta distância."
Mudanças técnicas precisam ser traduzidas em valor para o negócio. Por exemplo, reduzir débitos técnicos pode acelerar entregas futuras ou mitigar riscos. Para priorizar:
Se a equipe não vê o propósito, a iniciativa perde força.
Discordâncias são inevitáveis. A estratégia do "Discorde, mas Comprometa-se" (Disagree & Commit) ajuda:
Para mudanças reversíveis, teste-as por um período definido (ex: 1 mês) e avalie resultados antes de decidir continuar ou retroceder.
Iniciativas prolongadas exigem checkpoints regulares para reavaliar o ânimo da equipe. Essas são algumas opções:
Se o desânimo surgir, redefina prioridades ou divida o projeto em fases menores.
Ao ingressar em uma nova organização, dois pontos são críticos:
Entender a cultura existente antes de propor mudanças radicais é essencial para ganhar credibilidade.
Liderar é equilibrar desafios com empatia. Não se trata de agradar a todos, mas de criar um ambiente onde equipes sintam-se seguras para errar, aprender e crescer. Lembre-se: resultados sustentáveis dependem tanto do que é entregue quanto de como é entregue.