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Tech Leadership Rocks
Episódio 229

Tirando liderados da zona de conforto com Fernando Botelho

• 57 minutos

Nesse episódio Edu Matos conversa com Fernando Botelho, Diretor de Engenharia na Pixieset, sobre a fina camada que separa desafiar as equipes e garantir que elas não se sintam sobrecarregadas. Dentro outros assuntos, também discutem sobre como inovar sem sobrecarregar, o que fazer quando há discordância nas visão de futuro e como o próprio pode ser uma alavanca importante de mudanças.

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Liderança é sobre decepcionar pessoas numa taxa que elas conseguem absorver.

— Fernando Botelho

Capítulos

00:00 Introdução
00:24 Quem é Fernando Botelho
01:55 Como pressionar sem sobrecarregar
05:09 Pensar vs Executar
07:58 Como desafir equipe apesar do medo
15:39 Todo gestor é também um líder?
22:51 Inovação deve ser frequente ou periódica?
26:31 Como priorizar?
30:35 Como lidar com a frustração dos liderados
33:20 Como convencer pessoas que não acreditam no seu direcionamento
42:24 Quais decisões deveriam ser bottom-up e quais deveriam ser top-down
48:13 Como manter as pessoas engajadas em projetos longos
52:09 O que é inegociável para o Fernando como líder
55:23 Mensagem final

Resumo deste episódio

Encontrando o equilíbrio entre desafio e sobrecarga

O desconforto é inerente ao crescimento, mas é crucial diferenciar entre desafios produtivos e pressões prejudiciais. Um exemplo disso são os hackathons: momentos controlados onde equipes podem experimentar livremente, falhar e aprender, sem comprometer a rotina. A ideia é "deixar o caos reinar para depois domá-lo", permitindo que a criatividade flua em ambientes seguros.

A previsibilidade (como Sprints bem definidos) é importante, mas inovação requer sair da zona de conforto. Uma dica é separar tarefas em "trabalho vermelho" (execução) e "trabalho azul" (planejamento), alternando entre eles para evitar esgotamento.

Lidando com o medo das reações da equipe

A comunicação clara e a consistência são fundamentais para ganhar confiança. Líderes devem estabelecer expectativas realistas e evitar mudanças bruscas de prioridades (exemplo: valorizar qualidade em um projeto e velocidade em outro).

Diferenças culturais também influenciam: enquanto algumas culturas privilegiam feedback direto, outras valorizam relações pessoais. A chave é adaptar-se sem perder a coerência. Uma estratégia é ouvir ativamente as preocupações da equipe e oferecer segurança psicológica para que erros sejam vistos como parte do aprendizado.

Gestores vs. Líderes: papéis complementares

Gestores focam em estabilidade e previsibilidade (como cumprir prazos e manter processos), enquanto líderes buscam mudanças e antecipam oportunidades futuras. Ambos são essenciais:

  • Gestores garantem que o trabalho diário seja entregue com qualidade.
  • Líderes identificam "caos controlado" (como resolver débitos técnicos ou melhorar a experiência de desenvolvedores) e conectam essas iniciativas ao valor estratégico do negócio.

A colaboração entre ambos evita que inovações virem crises ou que a rotina se torne estagnação.

Inovação vs. Estabilidade: a frequência ideal

Inovação contínua é insustentável se não houver períodos de consolidação. Resultados duradouros dependem de ritmo constante, não de picos intensos. Métricas como bem-estar da equipe e qualidade das entregas devem guiar decisões:

  • Sinais de alerta: queda na criatividade, estresse elevado ou moral baixa.
  • Soluções: Hackathons periódicos, dias dedicados à experimentação e pesquisas de satisfação (como surveys de developer experience).

A regra é simples: "Trabalho é uma maratona, não uma corrida de curta distância."

Priorizando mudanças e justificando seu valor

Mudanças técnicas precisam ser traduzidas em valor para o negócio. Por exemplo, reduzir débitos técnicos pode acelerar entregas futuras ou mitigar riscos. Para priorizar:

  • Engaje a equipe: Use RFCs (Requests for Comments) para coletar ideias e identificar entusiastas.
  • Conecte ao contexto: Explique como a mudança impacta métricas como receita, custos ou satisfação do cliente.

Se a equipe não vê o propósito, a iniciativa perde força.

Gerenciando discordâncias e resistência

Discordâncias são inevitáveis. A estratégia do "Discorde, mas Comprometa-se" (Disagree & Commit) ajuda:

  • Ouça as objeções e ajuste a proposta, se possível.
  • Em casos extremos (como conflitos de valores), permita que membros se realoquem em outros projetos.

Para mudanças reversíveis, teste-as por um período definido (ex: 1 mês) e avalie resultados antes de decidir continuar ou retroceder.

Mantendo o engajamento em projetos longos

Iniciativas prolongadas exigem checkpoints regulares para reavaliar o ânimo da equipe. Essas são algumas opções:

  • Sprint reviews: Celebre pequenas vitórias e identifique obstáculos.
  • Métricas de diagnóstico: Monitore satisfação e carga de trabalho.
  • Comunicação transparente: Explique como cada etapa contribui para o objetivo final.

Se o desânimo surgir, redefina prioridades ou divida o projeto em fases menores.

Aspectos inegociáveis ao ontegrar novas equipes

Ao ingressar em uma nova organização, dois pontos são críticos:

  • Colaboração eficaz: Evite silos ou competição interna.
  • Alinhamento estratégico: Garanta que a engenharia não seja tratada como "apoiadora", mas como parceira de produto e negócio.

Entender a cultura existente antes de propor mudanças radicais é essencial para ganhar credibilidade.

Conclusão

Liderar é equilibrar desafios com empatia. Não se trata de agradar a todos, mas de criar um ambiente onde equipes sintam-se seguras para errar, aprender e crescer. Lembre-se: resultados sustentáveis dependem tanto do que é entregue quanto de como é entregue.

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