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Tech Leadership Rocks
Episódio 237

Framework de métricas SPACE com Phil Alves

• 54 minutos

Neste episódio Edu Matos conversa com Phil Alves, CEO da DevSquad e DevStats, sobre o framework SPACE para métricas de times de tecnologia. Dentre outros assuntos eles falam sobre importância de medir a satisfação e o bem-estar da equipe, como equilibrar pressão e resultados, a relevância das métricas de performance e atividade, além de da importância da comunicação e colaboração no time.

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Métricas de atividade por si só não querem dizer muita coisa. É como olhar para um jogador de basquete e falar “esse cara erra muito” sem ver que ele recebe as bolas mais difíceis.

— Phil Alves

Capítulos

00:00 Introdução
00:23 Quem é Phil Alves
01:40 O que é o framework SPACE
03:24 S = Satisfação / bem estar
08:25 Como equilibrar cobrança por resultado com bem estar
10:59 P = Performance (desempenho)
18:32 A = Atividades
27:33 C = Comunicação e colaboração
34:51 E = Eficiência e fluxo de trabalho
43:09 Como começar a aplicar o SPACE
50:08 Principal inimigo da produtividade
52:11 Como a DevStats ajuda na produtividade

Resumo deste episódio

O que é o framework SPACE?

O SPACE é uma evolução de modelos como o DORA (DevOps Research and Assessment), mas com uma diferença crucial: não é prescritivo. Em vez de listar métricas fixas, ele propõe cinco dimensões que refletem a saúde e a efetividade de uma equipe:

  • Satisfação e Bem-Estar: O equilíbrio emocional e a motivação dos desenvolvedores.
  • Performance: O impacto real do software no negócio (exemplo: estabilidade em produção).
  • Atividade: O fluxo de trabalho e a produtividade operacional.
  • Colaboração e Comunicação: Como a equipe trabalha em conjunto e resolve problemas.
  • Eficiência: A capacidade de fazer o trabalho avançar sem atritos.

Por isso o SPACE é adaptável ao contexto de cada organização, incentivando uma cultura de melhoria contínua em vez de cobranças rígidas.

Como medir satisfação e bem-estar

Métricas tradicionais falham em capturar o estado emocional das equipes. A solução proposta é combinar dados quantitativos com conversas genuínas:

  • Pesquisas de percepção: Ferramentas como o Squad Health Check Model (Spotify) avaliam tópicos como "dificuldade para fazer releases" ou "clareza de objetivos" usando cores (verde/amarelo/vermelho).
  • Contexto é tudo: Se uma pesquisa revela que releases são dolorosos, investigue métricas de estabilidade (ex: change failure rate).
  • Sinais indiretos: Trabalho em projetos "zumbis" (sem impacto real) ou alta rotatividade de tarefas indicam desalinhamento e frustração.

Insight: Equipes insatisfeitas frequentemente trabalham em coisas erradas — não por falta de esforço, mas por falta de propósito.

Equilibrando pressão e resultados

Pressão excessiva gera burnout, mas o problema raramente é o volume de trabalho. O cerne está no desperdício de esforço:

  • Priorização falha: Desenvolvedores sobrecarregados cometem mais erros (ex: bugs em produção).
  • Resultados invisíveis: Trabalhar sem ver o impacto do código (ex: falta de feedback do negócio) mina a motivação.
  • Solução: Gerencie processos, não pessoas. Reduza fricções (ex: automatize testes) e garanta que o trabalho gere valor tangível.

Equilíbrio chave: Pressão não acelera entregas; clareza de propósito sim.

Métricas de desempenho (performance)

Aqui, o DORA é um grande aliado. Suas métricas avaliam duas facetas críticas:

  • Velocidade: Lead time (tempo do commit ao deploy) e deployment frequency.
  • Estabilidade: Change failure rate (taxa de falhas em produção) e time to recover (tempo para resolver incidentes).

Além disso:

  • Monitoramento proativo: Ferramentas de observability (ex: New Relic ou Honeycomb) detectam degradação antes que usuários sejam afetados.
  • Orçamento de erro (error budget): Aceite que falhas acontecerão — mas tenha planos rápidos para rollbacks e correções.

Princípio: Performance não é só entregar features; é garantir que elas funcionem adequadamente em produção.

Atividade: quando e como medir?

Métricas como "número de pull-requests" ou "linhas de código" são polêmicas, mas úteis no contexto certo:

  • Evite microgerenciamento: 10 PRs não necessariamente gera mais valor que 2 PRs complexos.
  • Use para identificar padrões: Quedas súbitas em commits podem indicar bloqueios ou desmotivação.
  • Exemplo real: Um desenvolvedor "pouco produtivo" em código era essencial — ele resolvia 80% dos bloqueios da equipe!

Regra de ouro: Métricas de atividade são convites para investigar, não veredictos.

Como avaliar comunicação e colaboração

Colaboração deficiente é um silent killer de produtividade. Esses são alguns sinais comuns:

  • Code reviews conturbados: Muitos comentários discordantes indicam falta de alinhamento prévio.
  • Dependências travadas: Times esperando por outros sem comunicação clara.
  • Pesquisas: Pergunte se a equipe se sente ouvida e se blockers são resolvidos rápido.

Algumas possíveis soluções:

  • Pair programming para compartilhar conhecimento.
  • Cerimônias de planejamento com product owners para evitar entregas desconectadas.

Dica: Em times remotos, colaboração precisa ser intencional. Não acontece por acaso.

Identificando problemas de eficiência

Dois sinais são cruciais:

  • Work in Progress (WIP) alto: Muitas tarefas em andamento e poucas finalizadas.
  • Tarefas "envelhecidas": Branches de Git abandonadas ou PRs que ficam semanas parados.
  • Consequência: Código parado "estraga" (ex: conflitos de merge) e consome tempo em retrabalho.

Soluções:

  • Limite o WIP e monitore o cycle time (tempo médio por tarefa).
  • Visualize o fluxo: Quadros com aging (ex: cor vermelha para tarefas > 7 dias).

Estratégia: Eficiência é sobre fluidez, e não velocidade cega.

Como começar a aplicar o SPACE

Esses são os principais passos para implementar o framework:

  1. Entenda os conceitos: Estude as 5 dimensões (satisfação, performance, atividades, colaboração e eficiência) e sua relação com a cultura da equipe.
  2. Comece pelo humano: Use pesquisas de satisfação (ex: Squad Health Check Model) e métricas de desempenho (DORA).
  3. Adapte: O SPACE é um guia. Escolha métricas que façam sentido para seu contexto.
  4. Ciclo PDCA:
    • Planeje uma mudança (ex: reduzir tamanho de PRs);
    • Execute;
    • Verifique se métricas melhoraram;
    • Aja com ajustes.

Importante: SPACE não é uma solução mágica, mas sim uma jornada de melhoria contínua.

O maior obstáculo à produtividade

A raiz dos problemas raramente é técnica. Geralmente está ligado à:

  • Cultura tóxica: Times que competem internamente ou evitam colaboração.
  • Falta de aprendizado contínuo: Repetir processos falhos sem reflexão.

Crie uma cultura onde métricas servem para aprimorar processos, não culpar pessoas.

→ Sem cultura de melhoria contínua, nenhuma métrica salvará sua equipe.

Ferramentas para apoiar a jornada

Ferramentas como o DevStats surgem para simplificar a coleta de métricas alinhadas ao SPACE:

  • Integração leve: Conecta-se a Git, Jira, etc., em minutos.
  • Visibilidade contextual: Mostra dados de atividade, desempenho e eficiência sem prescrições rígidas.
  • Foco em ação: Identifica gargalos (ex: PRs estagnados) para direcionar melhorias.

Dica: Comece com ferramentas simples — o objetivo é agir com insights, não coletar dados infinitos.

Conclusão

O Framework SPACE lembra que equipes de alta performance são feitas de pessoas saudáveis, processos fluidos e colaboração genuína. Métricas são apenas bússolas. Quem define o rumo é a cultura de aprendizado e respeito. Comece pequeno: ouça sua equipe, meça o que importa e ajuste rotas. A produtividade sustentável virá naturalmente.

Conheça a trilha de métricas em Tecnologia da Escola Forja e domine esse assunto criando uma visão holística sobre esse.

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